segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Solidão





Que sonhos de ventura, que tristeza,
Que denso nevoeiro vagabundo
Que a fome de ternura torna imundo
E a dor que me consome assim despreza.

A turba soa além, no fim do mundo,
Gemendo melodias com frieza,
A gente já não sente e é com certeza
Alheia à pobre dor dum moribundo.

Cantai, águas do rio, águas do Tejo,
Cantai num só clamor que se praguejo
Não é por vos querer mal, é por não querer

A dor que vive em mim da qual não vejo
Chegar o fim, cantai que o realejo
Que ouvis sem harmonia é meu sofrer!





José Sepulveda

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

No teu Jardim






Um dia, passeando em teu jardim,
Eu mergulhei, amor, num sonho lindo…
Olhei-te quando olhavas para mim
E, ao ver o teu olhar, olhei, sorrindo…

E, nesse enleio que não via o fim,
Meu coração ficou feliz, sentindo
Que o nosso amor crescia. Agora, sim,
Podíamos viver um sonho infindo…

Que bom sentir-te dentro do meu peito
Neste caminho puro, são, perfeito,
E ver-te junto a mim, sempre, presente…

E peço a Deus, em canto de louvor,
Que venha abençoar o nosso amor
E possa ter-te sempre, eternamente!



José Sepúlveda