Eu sou a Rocha
- Homens de pouca fé, porque arrazoais?
Não vos lembras do peixe, o parco pão
Que multipliquei e a fome dos mortais
No monte saciou em profusao?
Quem diz que Eu Sou a imensa multidão?
- Tu és a Rocha, o Filho do Deus vivo!
- Ó, bem-aventurado és tu, Simão
Que todo o que é contigo está comigo!
- As Chaves do meu Reino te vou dar
E aquele que ao Rebanho se ligar,
Será também meu filho. Que assim seja!
- Teu nome é Pedro, a pedra, o inconstante;
Contigo em mim - a Rocha - doravante,
Eu vou edificar a minha Igreja...
José Sepúlveda
Escolhei hoje a quem sirvais
Saibai a quem servir, não percais tempo,
Que o tempo, em qualquer ocasião,
Se lança em correria como o vento
E salta em rodopio pela mão.
Não permitais que o tempo num momento
Se esvaia e frustre vossa decisao
E neste frenesim e movimento
Percais pra sempre a vossa ocasião.
Saibai a quem servir com sentimento,
Chegou o tempo e todo o pensamento
Se vira para o Pai, o Deus de Amor.
Escolhei hoje, pois, a quem sirvais
Mas eu e toda a Casa de meus pais
Pra sempre serviremos ao Senhor!
José Sepúlveda
Primavera, onde estás?
Aonde estão a doce joaninha,
A borboleta, a abelha em frenesim,
O louva-a-deus ou mesmo a libelinha
Que ainda não os vejo no jardim?
Aonde o rouxinol, a andorinha,
O melro, o pintassilgo, a cotovia,
O seu cantar sereno na campina
E o alvor que nos desperta dia-a-dia?
Aonde estão o lírio e o jasmim,
A rosa, o malmequer, o alecrim,
A despertar o sonho e a quimera?
No horizonte, o frio matutino
E nuvens... Que os desígnios destino
Não deixam que desponte a primavera!
José Sepúlveda
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