quinta-feira, 29 de maio de 2014

Antologia Palavras de Cristal II

Participalte nesta Antologia


Na minha Aldeia


Na minha aldeia

Na minha aldeia havia um lindo rio 
De cristalinas águas a jorrar 
E quer fizesse sol, fizesse frio, 
A gente ia até lá, p’ra se banhar. 

E era para nós um desafio
Passar pela turbina a trabalhar,
Atravessar o dique corredio
E ir na outra margem passear.

Seguíamos cantando por ali fora
Aqui colhendo zimbro, ali amora,
E desfrutando os sons da natureza.

E ao regressar a casa, p’la noitinha,
O nosso coração não se continha
Por termos desfrutado tal beleza!

José Sepúlveda

Septimpublica


Septimpública

O Duraton desliza das montanhas
E serpenteia à volta dos socalcos;
Parece que rebenta p’las entranhas,
Subindo, regredindo, sempre aos saltos.

Na compressão das margens algo estranhas,
Vislumbro nos seus pontos mais revoltos
Memórias de combates e façanhas,
Vitórias mais vitórias…, pontos altos!.

Fernan Gonzalez, conde de Sevilha;
A sua argente espada ainda brilha
No cimo das muralhas sós, abortas…

Sepúlveda, cidade maravilha!
Tomara ser soldado que perfilha
Manter inabaláveis tuas portas! (José Sepúlveda)

Entrevista ao Programa Pedra de Audiência RTV


Parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=HpQmzyBvzz0

Parte 2
https://www.youtube.com/watch?v=oCfLUNHN26M

Ensina-me a Pintar


Ensina-me a pintar

Ensina me a pintar que ao ver brilhar
O teu pincel naquela tela mansa
Meu coração não para de saltar
Como se fora um sonho de criança

Ensina-me a pintar. Ó quanto almejo
Pegar pincel e tela e de repente
Lançar os tons da cor do meu desejo
E ver brilhar a luz que tenho em mente

Aí quem me dera um dia ser pintor
Lançar me na aventura sem pudor
Dar azo a toda a minha fantasia

Poder pintar no fundo duma tela
A cor da minha vida fresca e bela
E ver na tela a cor da poesia

O Quadro


A Árvore


Pai



quinta-feira, 8 de maio de 2014

Lingua Mater


Língua Mater

Que a força das palavras seja sempre
Expressa em versos, textos e canções,
Transforme o teu falar numa corrente
Que una e alimente corações

Que seja o teu pulsar a voz pungente
Que espalha em toda a parte, entre as nações,
O mágico sentir eloquente
Da triunfante língua de Camões

Que em CaboVerde, Angola ou na Guiné,
Brasil, em Moçambique ou S.Tomé,
Em Príncipe, em Timor ou Portugal

Tu possas gritar alto, com clareza,
Que a nossa língua é a língua portuguesa,
Indómita, divina, triunfal!


José Sepúlveda

terça-feira, 6 de maio de 2014

A Cor da Poesia

                                                         Pintura interpretativa do poema, do pintor Adiasmachado
TELA DA VIDA 

Lancei meus sentimentos numa tela
E pus-me a pincelar na noite escura
Olhei e então notei ser tão singela
A tela desta minha vida obscura

Pintei naquela tela uma aguarela
Co'as cores que ditava o coração
Senti-me aprisionado numa cela
De amor, de fantasia e de ilusão

E quando já no fim olhei meu quadro
Fiquei olhando um lado, o outro lado,
A minha estrada em cores ressarcida

Nos traços dessa tela eu descobri
As sensações estranhas que vivi
Nas ternas pinceladas desta vida.


Pintura de Bárbara Santos

A Cor da Poesia
 
O Músico, o Poeta e o Pintor
Juntaram- se ao luar no vale do Vez
Para levar o tom, o verbo, a cor
Ao cantos mais sagrados que Deus fez
 
E cheios de vontade, com labor,
Uniram seus talentos e a três
Cantaram a alegria, a paz, o amor
Que ousaram espalhar de lés a lés
 
Perfeita a simbiose ali gerada:
Poetas e pintores de mão dada
Criando imagens cheias de harmonia
 
E a alma do poeta, apaixonada,
Permaneceu por toda a madrugada
A transformar a cor em poesia

José Sepúlveda

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Em Braga, com amigos, entre os quais os pintores Adriana Henriques e Adiasmachado

José Sepúlveda, Amy Dine. Adriana Henriques, Teresa Teixeira/Zinha, Maria Tavares e Adiasmachado

Meu verso, Meu berço, Meu poema, por terres de Santa Cruv




Meu Livro

Imagem: Pintura de Adriana Henriques, interpretativa deste poema. Quadro e poema apresentados no Evento: As Cores da Poesia, organizado pela Fundação Jorge Antunes, casa da Cultura de Vizela


MEU LIVRO

Tu eras meu refúgio, esse caminho
Aonde procurava algum sossego.
Buscava o teu conforto, o teu carinho,
Levava-te escondido e em segredo.

E ao pisar as pedras do caminho,
Às vezes me perdia, tinha medo
De calcorrear a estrada tão sozinho,
Desamparado neste meu degredo.

E, quando em minha mão, te devorava,
Tragava-te palavra após palavra
Na ânsia de uma nova descoberta.

E página após página encontrava
O lenitivo que me consolava
E me indicava sempre a estrada certa.

José Sepúlveda





quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Meu Abril

O meu Abril

Olho para o teu rosto de perfil
E lembro um outro Abril do meu passado,
Um lindo alvorecer, um céu anil
E um meigo olhar, tão puro e delicado.

Deixara há pouco tempo o meu redil
Tão cheio de alegria, esperançado
Nos dias de bonança, sonhos mil,
Em construção, contigo de meu lado

E vivo o nosso sonho eterno e doce
Cantando essa alegria que nos trouxe,
Subindo a nossa escada passo a passo

E neste canto à vida, à liberdade
Tu dás-me a tua paz, serenidade,
E eu dou-te o meu amor num longo abraço.

José Sepúlveda

A Ponte


Poema interpretativo da foto, por convite do autor

Um Tesouro chamado Livro

Mensagem na página da ANLPPB - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. Projeto "Um Tesouro Chamado Livro"

Com a participação dos queridos poetas portugueses José Jose Sepulveda, dos Poetas Poveiros, ( vários autores, nossa IV Antologia e o Mosaicos de Sabedoria de minha autoria, quatro tesouros em cumprimento ao
nosso importante projeto!




Tempestade


Pintura interpretativa do poema, pela pintora Barbara Santos (Barreiro)

As cores da vida



Aquele Maio

Meu Maio, lindo Maio, que saudade
Eu sinto desse Maio doutras eras
Levávamos no peito uma verdade
Sonhada no passar das primaveras

O povo se espalhava p’la cidade
A partilhar seus sonhos e quimeras;
As mínguas dessa longa eternidade
De lutas, de fracassos e de esperas

A paz, o pão, saúde, habitação,
Trabalho, liberdade de expressão,
O fim da guerra! Forte, essa vontade!

Naquele Maio alegre e pueril
Ousámos reviver o nosso Abril

Gritando pela nossa liberdade