Mar de prata
Argente mar, que ocultas no teu ventre
Coberto por teu manto de fissuras?
São peixes, são sereias, será gente
Ou também tu não sabes quem procuras?
A gente jaz silente em tua mente,
Roubada nas marés cheias de agruras;
Os peixes, filhos teus, tu, ternamente,
Os vais alimentando de algas puras...
E oiço-te a chorar, a marulhar,
Murmúrios mais murmúrios pelo ar,
Nesse vaivém sem fim, cheio de encanto!
Ai, mar de prata, casa de segredos,
Que escondes desventuras e os degredos
No impávido clamor desse teu pranto!
José Sepúlveda
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