Vem,
dá-me um longo abraço, meu amor...
vem abraçar as garças, as gaivotas,
voando, esvoaçando em derredor
com mil trinados loucos, delirantes,
e em seus bailados ébrios, incessantes
banhar-nos de carinho, de fulgor...
Vem...
dá-me um longo abraço, meu amor,
vem ver no mal o sol que declina
em mananciais de estrias e se anima
beijando as águas frias do seu mar
naquele abraço cheio de magia!
Vem...
dá-me um longo abraço, meu amor,
vem dar-me o teu abraço à luz da lua
que faz brilhar meu rosto, teu olhar,
vai-te despindo até que fiques nua
e sinta o corpo teu a me abraçar...
Depois, entrelaçados, sobre a areia,
sem medos, sem temer a maré cheia,
amemo-nos e diz p'ra mim: sou tua
E nesse sonho lindo, por te amar,
te peço, meu amor,
vem-me abraçar!!!
José Sepúlveda