A Biblioteca
De cada vez que entrava ali na sala,
Olhava para mim esfuziante...
Virava‐se e falava com voz rala,
Num grito de silêncio perturbante…
Garbosa, revestida de alta gala,
Mostrava‐me um sorriso penetrante,
Qual fonte do saber que em mim resvala
De cada folha ou livro, cada estante...
Um dia, fiquei sem respiração...
Entrei e não a vi. Desilusão,
Partiu sem um abraço à despedida!
E cada livro jaz encarcerado
Nas tábuas, na parede, ali ao lado,
Num atentado insano
à própria vida!
José Sepúlveda
2 comentários:
Fantástico! Gostei mesmo muito.
Obrigado, poeta querida
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