quinta-feira, 23 de julho de 2015

Querubim

Querubim
Se um dia despertar e não te vir,
Nao te encontrar feliz na minha frente,
Se não te vir sonhar, te vir sorrir,
Então, amor, morri, parti pra sempre!
Tu és o meu farol, a minha vida,
O coração que bate sem parar,
Sem ti não sei viver, minha querida
Não tenho inspiração pra versejar.
Fica comigo, amor, fica comigo,
Viver sem ti não faz qualquer sentido,
Dá-me teu peito aberto em frenesim.
E quando tu me deres o teu abraço
Viajarei sem tempo e sem cansaço
No teu abraço imenso, querubim!
José Sepúlveda

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Gonçalo e o Burro

Gonçalo e o burro
Gonçalo era ajudante de padeiro
E andava de carroça co' o burrico
Com pão da padaria do Ribeiro
P'ró povo lá da aldeia. O mafarrico...
O mafarrico, sim, que o trapaceiro,
Se o burro se quedava, dava um grito,
Pegava no seu pau de marmeleiro
E enfiava-o no cu do animalzito...
E o pobre burro urrava, escoiceava,
E toda aquela gente criticava
A falta de princípios, gesto imundo...
Depois, chicote em riste, lá seguia
E feito burro, alegre, lhe batia
Altivo no seu trono vagabundo!
José Sepúlveda

Carla Valente


Tina Matos


Gostei de ti


Abraço


Rouxinol

Rouxinol
O rouxinol cantava noite e dia
Lá longe aonde o sol se põe no mar
E quando o sol, cansado, adormecia
O rouxinol cantava a bom cantar.
Sentia a perfumada maresia
E as ondas num constante labutar
E no silêncio ouvia e transmitia
As lindas sinfonias ao luar.
E ouvia e embebedou-se nessa orgia
Tão cheia de pureza, de harmonia,
Que aos poucos devolvia o que era seu.
E assim ficou por toda a madrugada
Até que com a alma embriagada
Na plácida manhã adormeceu!
José Sepúlveda

José Luís Correia (Sepúlveda)


Cristina Fernandes


Maria Sousa


Romy Macedo


Manuela Matos


Fatima Veloso


Dom Baco


Dom Baco
 
Cresce a parra, nasce a uva
Pinta o bago devagar
Vem o sol e vem a chuva
Para boa uva pintar
 
(Coro)
Saia um copo, venha outro
E mais outro devagar
Nao te importes, ficas louco
Tu és louco se calhar
 
Vinhateiro, vem depressa
Monda os cachos com cuidado
E fiquemos co'a promessa
Da colheita de bom bago
 
Venham todos colher uva
Transportá-la p'ró lagar
E quer faça sol ou chuva
A uva é pra apanhar
 
Pisa a uva pisa pisa
Nesse intenso labutar
Solta a fralda da camisa
Não vás a coisa molhar
 
Vinho doce, vinho bom
Que nos eleva às alturas
Tragam-nos toucinho e pão
Que as uvas estão maduras
 
Salta o vinho pró caneco
Vermelhinho, com sabor
Sai docinho, vai direto
Prá boca do meu amor
 Canta, canta, nobre gente
Que alegria esfuziante
Tudo é feliz e contente
Bebamos em cada instante
 
Escorrega devagar
Vejam bem que a vida é bela
Não se importem se calhar
De apanhar  uma piela
 
Fico alegre, não me sinto,
Com temor ou com receio
Ja nem sei se é branco ou tinto
Que se lixe, venha cheio
 
Só quando raiar a aurora
Deixamos este buraco
Festejemos esta hora
De Dionísio, ou de Baco

Deserto


Deserto
Perdido na multidão,
Piso a areia do deserto
Numa triste solidão
Porque não ando aqui perto
Cambaleio, vou seguindo
Mitigando a sede, a fome,
Minhas forças se esvaindo
Na chaga que me consome
Os abrutes e os chacais
Vagueiam ao meu redor
Contam os passos fatais
Que acabem com tanta dor
É meu sonho de criança
Ver o oásis peregrino
Que me alimente a esperança
De chegar ao meu destino
Meu caminho hei-de seguir
Com a firme decisão
Que qualquer dia o porvir
Venha abrir meu coração
José Sepúlveda

Poemas


Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro


Obrigado pelo carinho

Diana Bar

Diana Bar


Diana Bar, recanto de poetas
Que ali procuram paz p’ra se inspirar.
E vão por prateleiras e gavetas 
Buscando textos para se inspirar.

E quando em horas mortas, mais discretas,
Nós vamos até ali a ver o mar,
Alguns fazem erguer suas canetas
Como quem diz: - Estou a versejar!

Diana Bar. Há muito, no passado,
Eu via o Régio ali acompanhado,
A ver o mar, olhando, sem ter pressa.

E às vezes, ao passar, informalmente,
Parávamos ali à sua frente,
Trocávamos dois dedos de conversa.

Jsé Sepúlveda

Fantasia (sonho)

Fantasia (sonho)

Como era bela! Os seus cabelos blondos,
Brilhando como a noite de luar,
Desciam como um manto pelos ombros
Deixando o seu perfume pelo ar.

Seus olhos doces, brilho cintilante
Da mais formosa estrela do meu céu, 
Quais fontes de ternura, num instante 
Nos fazem abraçar tudo o que é seu.

Quisera tê-la agora ao pé de mim,
Sentir no seu olhar, em frenesim,
Seu àvido desejo de paixão.

Dizer-lhe com ternura, com carinho,
Que quero o seu abraço apertadinho 
E partilhar consigo essa afeição.


José Sepúlveda