sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Bruçó




Aquela aldeia oculta entre as montanhas
Que fica para além do Mogadouro
Preserva coisas lindas e façanhas
Que são p’ra nós autêntico tesouro.


Tentando penetrar suas entranhas
Buscando histórias, coroas de louro,
Nós encontramos coisas tão estranhas
Que na diferença são pepitas de ouro.


Bruçó, aldeia antiga, nobre gente,
Na sua intimidade diferente
E genuína em forma e em saber.


Com coisas simples conta sua história
De gente sà, perene em sua glória,
Tão cheia de alegria de viver!


José Sepúlveda

Poesia Bruçó



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Junto ao Mar






Olhava aquele espelho à minha frente;
E ali sentado, inerte, eu via a água
Batendo, rebatendo numa frágua
E as gotas se espargindo, suavemente…

E enquanto caminhava ali, silente,
Eu partilhava aquele gozo ou mágoa…
E toda essa magia, agora trago-a
Gravada no meu peito, ternamente…

Depois, sentei-me ouvindo a melopeia
Das ondas e as gaivotas pela areia
Naquela sinfonia de encantar…

E, ali fiquei por tempos infinitos
Perdido entre a magia desses gritos,
Ouvindo os sons aflitos do meu mar…



José Sepúlveda



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Gosto


Quando respiro os teus poemas
Sinto neles a da tua sensualidade,
A sensibilidade dos teus gestos,
A ternura dessas mãos de veludo
Que me afagam ternamente
Os sentimentos de alma
E do espaço
Que num abraço
Me dão tudo…

Gosto do carinho dos teus versos,
Da poesia que emana do teu coração,
Da candura sedutora desse olhar,
Penetrante,
Profundo,
Quando se infiltra assaz
Nestes meus olhos
Fugindo do mundo...

Gosto do plácido perfume do teu corpo,
Da macieza angélica dos teus cabelos,
Imagem rara de beleza e alegria,
Quando os afago com ternura,
E o meu corpo se extasia
De loucura…

Gosto do rubro dos teus lábios doces,
Quando os afago suavemente,
Mesmo se tento ousar beijá-los
Num repente...

Gosto da ternura dos teus gestos,
Do aconchego do teu peito
E me deleito
A olhar-te
Em estertor…

Gosto desse rosto de menina,
Princesa do Lima,
Meu amor…

Gosto porque gosto,
Gosto porque te amo
Gosto, Amor!...


José Sepúlveda



terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fénix



Perdi-me nos teus olhos…  E o destino
Teus olhos me levou p’ra o fim do mundo
E vagueei na terra, peregrino,
Como se fora um pobre vagabundo

E todos os meus sonhos de menino
Se dissiparam nesse vale profundo.
Fiquei á vaguear só e sem tino
Buscando a luz num túnel sem ter fundo

E, quando em desespero, sem esp’rança,
Quis pôr um fim a esta má lembrança,
Lançando ao esquecimento toda a dor,

Das cinzas ressurgia nova vida,
Contigo… Tu voltaste, linda amiga,
Trazendo nova força ao nosso amor!



José Sepúlveda



Os teus poemas






Ao ler os teus poemas, num instante
Eu sinto o coração a saltitar…
Descubro neles uma vida erante
Partindo à descoberta de outro mar

E nesse trilho agreste, cativante,
Tão cheio de volúpia, de prazer,
Não ouso descobrir a eterna amante
Mas antes o fascínio de escrever

E quando a tua mente me desperta
Com pena sensual, mais liberta,
O coração exusta de alegria

Por isso, aqui, à laia de homenagem,
Te peço: mantém sempre essa coragem
E deixa-te esvair em poesia!



José Sepúlveda



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

São Rosas


Olhava para mim apaixonada
E passeava à volta, em meu jardim,
Tentava desvendar o o que encontrava
Nas coisas que guardava para mim

E enquanto em meus segredos mergulhava
Tentando descobrir coisas assim,
Num tom apreensivo, perguntava:
- Que levas no regaço, querubim?

E nesse turbilhão de pensamentos,
Tentando controlar os sentimentos
Que possam dar tormentos, trazer dor,

Tentando aliviar a sofridão,
Abri de par em par o coração,
Mostrando-lhe: - São rosas, meu amor!






José Sepúlveda