sexta-feira, 3 de março de 2023
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Póvoa de Varzim em 1962 -
O ano em quye vim para a Póvoa de Varzim. Neste vídeo podemos encontrar o velho Armando, o meu pai. Vale a pena recordar.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
Primavera, aonde estás?
Primavera,
onde estás?
Aonde
estão a doce joaninha,
A
borboleta, a abelha em frenesim,
O
louva-a-deus ou mesmo a libelinha
Que
ainda não os vejo no jardim?
Aonde o
rouxinol, a andorinha,
O
melro, o pintassilgo, a cotovia,
O seu
cantar sereno na campina
E o
alvor que nos desperta dia-a-dia?
Aonde
estão o lírio e o jasmim,
A rosa,
malmequer, o alecrim,
A
despertar o sonho e a quimera?
No
horizonte, o frio matutino
E
nuvens... Que os desígnios destino
Não
deixam que desponte a primavera!
José
Sepúlveda
Ilustração: Tela de Glória Costa
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Com requinte
Com Requinte!
Que bom foi ir ao Parque da Devesa
Jantar no Restaurante "Com Requinte"
E descobrir por entre a natureza
Estrelas que merecem nota vinte.
A Estrela Inês abriu seu coração,
O Bruno, trouxe Paz e simpatia,
O Tony com seu ar bonacheirão
Mostrou sua paixão: Fotografia!
E se Magina Pedro nos falava
Durante toda a noite e madrugada
De histórias de labor e seu revez,
A Amy Dine, alegre, recatada
Sorria surpreendida e encantada
Com todos os miminhos da Inês!
José Sepúlveda
Afasta-te!
Afasta-te!
(Isaias 14)
(Isaias 14)
Porque caíste, ó Estrela da manhã,
Deixando para trás o Lar de Amor?
"Eu subirei ao Céu e quando lá
Usurparei o trono do Senhor!"
Deixando para trás o Lar de Amor?
"Eu subirei ao Céu e quando lá
Usurparei o trono do Senhor!"
Lançado
foste nessa terra imunda
E só trouxeste dor confusão,
Na tua obra infame e tão fecunda
Apenas espalhaste maldição!
E só trouxeste dor confusão,
Na tua obra infame e tão fecunda
Apenas espalhaste maldição!
"Eu
subirei acima do Altíssimo,
No templo Seu, no Seu Lugar Santíssimo,
Ireis pra me adorar com corpo e mente! "
No templo Seu, no Seu Lugar Santíssimo,
Ireis pra me adorar com corpo e mente! "
-Afasta-te,
Satã! Só meu Senhor
Me vai trazer a glória, a paz e o amor,
Que em mim irei guardar agora e sempre!
Me vai trazer a glória, a paz e o amor,
Que em mim irei guardar agora e sempre!
José
Sepúlveda
Allontanati!
(Isaia 14)
Perché sei caduto, o Stella del mattino,
Lasciando alle spalle la casa dell'amore?
"Io salirò in cielo e quando là
Usurperò il trono del Signore! "
Gettato sei stato in questa terra immonda
E solo hai portato il dolore confusione,
Nella tua opera infame e così feconda
Solo spargesti maledizione!
"Io salirò all'Altissimo,
Nel tempio suo, nel Suo Luogo Santissimo,
Adorerai me con il corpo e la mente! "
-Allontanati, Satana! Solo al mio Signore
Porterò la gloria, la pace e l'amore,
Questo mi salverà ora e per sempre!
José Sepúlveda
Traduzione di Penna Massimo 11/04/2016
(Isaia 14)
Perché sei caduto, o Stella del mattino,
Lasciando alle spalle la casa dell'amore?
"Io salirò in cielo e quando là
Usurperò il trono del Signore! "
Gettato sei stato in questa terra immonda
E solo hai portato il dolore confusione,
Nella tua opera infame e così feconda
Solo spargesti maledizione!
"Io salirò all'Altissimo,
Nel tempio suo, nel Suo Luogo Santissimo,
Adorerai me con il corpo e la mente! "
-Allontanati, Satana! Solo al mio Signore
Porterò la gloria, la pace e l'amore,
Questo mi salverà ora e per sempre!
José Sepúlveda
Traduzione di Penna Massimo 11/04/2016
quarta-feira, 23 de março de 2016
quarta-feira, 9 de março de 2016
Além, o Infinito
Oltre, l'infinito
.
Se sei in riva al mare, tenta di abbracciarlo
Con tutto il tuo amore e sorridendo
Afferra un ditale e cerca di svuotarlo
E vedi cosa mai riesci a ottenere!
Seduto lì sulla spiaggia, cerca di seguire
Le onde in questa melopea eterna,
E cerca nel vasto mare, infinito,
Conta grano per grano i granelli di sabbia ...
E quando il sole comincia a declinare
E si abbandona in questo immenso mare
Riempiendo lo spazio di gioia e colore,
Prova a contare nel cielo, nel bellissimo spazio
Miriadi di stelle che, brillando,
Nell'infinito mostrano il loro splendore!
.
José Sepúlveda
.
Traduzione di Massimo Penna 09/03/2016
.
Se sei in riva al mare, tenta di abbracciarlo
Con tutto il tuo amore e sorridendo
Afferra un ditale e cerca di svuotarlo
E vedi cosa mai riesci a ottenere!
Seduto lì sulla spiaggia, cerca di seguire
Le onde in questa melopea eterna,
E cerca nel vasto mare, infinito,
Conta grano per grano i granelli di sabbia ...
E quando il sole comincia a declinare
E si abbandona in questo immenso mare
Riempiendo lo spazio di gioia e colore,
Prova a contare nel cielo, nel bellissimo spazio
Miriadi di stelle che, brillando,
Nell'infinito mostrano il loro splendore!
.
José Sepúlveda
.
Traduzione di Massimo Penna 09/03/2016
Jose Sepulveda
Além, o Infinito
Se fores junto ao mar, tenta abraçá-lo
Com todo o teu carinho e a sorrir
Pega um dedal e tenta esvaziá-lo
E vê que nunca o hás-de conseguir!
Com todo o teu carinho e a sorrir
Pega um dedal e tenta esvaziá-lo
E vê que nunca o hás-de conseguir!
Sentado ali na praia, vai seguindo
As ondas nessa eterna melopeia,
E tenta no areal imenso, infindo,
Contar-lhe grão a grão os grãos de areia...
As ondas nessa eterna melopeia,
E tenta no areal imenso, infindo,
Contar-lhe grão a grão os grãos de areia...
E quando o sol começa a declinar
E se aconchega nesse imenso mar
Enchendo o espaço de alegria e cor,
E se aconchega nesse imenso mar
Enchendo o espaço de alegria e cor,
Tenta contar no céu, no espaço lindo
Miríades de estrelas que, luzindo,
No infinito mostram seu esplendor!
Miríades de estrelas que, luzindo,
No infinito mostram seu esplendor!
José Sepúlveda
sexta-feira, 4 de março de 2016
Jesus chorou
Naquele tempo, lá na Galileia,
Andava S. José, o carpinteiro,
A trabalhar com a sua alma cheia
De graça e de louvor o dia inteiro.
Andava S. José, o carpinteiro,
A trabalhar com a sua alma cheia
De graça e de louvor o dia inteiro.
E sempre que descia p'rá cidade
Para se abastecer de pão, de vinho,
Um presentinho havia na verdade
Que S. José comprava p'ra o menino.
Para se abastecer de pão, de vinho,
Um presentinho havia na verdade
Que S. José comprava p'ra o menino.
Um dia, do presente se esqueceu...
Jesus, ao vê lo, para si correu
Gritando: - O meu presente? - E o abraçou!
Jesus, ao vê lo, para si correu
Gritando: - O meu presente? - E o abraçou!
E o pai, chorando, disse com carinho:
- Perdoa, não o trouxe, meu filhinho!
E reza a lenda que Jesus chorou...
- Perdoa, não o trouxe, meu filhinho!
E reza a lenda que Jesus chorou...
José Sepúlveda
.
Nel solco della più bella, antica e genuina tradizione popolare in questo sonetto, semplice e nel contempo sofisticato il nostro amico e poeta José Sepúlveda appaga il nostro desiderio di sentir raccontare altre storie su Gesù bambino, al di là delle scarse conoscenze che sono scritte e direttamente derivate dai Vangeli canonici.
…
Gesù pianse
A quel tempo, lì in Galilea
Andava San Giuseppe, il falegname,
A lavorare con la tua anima piena
Di grazia e di fatica tutto il giorno.
E ogni volta che scendeva in città
a fare scorta di pane, di vino,
Un piccolo regalo portava sempre
Chè San Giuseppe aveva comprato per il bambino.
Un giorno, si dimenticò del presente ...
Gesù, nel vederlo gli corse incontro
Gridando: - Il mio regalo? - E lo abbracciò!
E il padre, piangendo, disse con affetto:
- Perdonami, non l'ho portato, figliolo mio!
E la leggenda vuole che Gesù pianse ...
José Sepúlveda
Traduzione in italiano di Massimo Penna
Molto grato , il mio amico . Sinceramente
José Sepúlveda
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Aridez
Aridez
Perdi-me no mundo
Num mundo as avessas
Saí num segundo
Por poetas travessas
Ao ver me perdido
Tristonho e sem norte
Meu corpo ferido
Esvaiu-se na sorte
Segui pela estrada
Buscando saída
Uma alma penada
Perdida na vida
No meu rumo incerto
Silente, sózinho,
Do longe fiz perto
Trilhei meu o caminho
Errante, à deriva,
Que triste sentir
Minha alma ferida
Não quer desistir
E vi num rochedo
Tão frio e sem cor,
Surgir sem ter medo
A mais linda flor
Um grito, um apelo;
Sorri de contente
Um quadro tão belo
Surgiu-me na frente
Corri confiante;
Quem sabe, algum dia
Regresse num instante
A paz e a harmonia
José Sepúlveda
Perdi-me no mundo
Num mundo as avessas
Saí num segundo
Por poetas travessas
Ao ver me perdido
Tristonho e sem norte
Meu corpo ferido
Esvaiu-se na sorte
Segui pela estrada
Buscando saída
Uma alma penada
Perdida na vida
No meu rumo incerto
Silente, sózinho,
Do longe fiz perto
Trilhei meu o caminho
Errante, à deriva,
Que triste sentir
Minha alma ferida
Não quer desistir
E vi num rochedo
Tão frio e sem cor,
Surgir sem ter medo
A mais linda flor
Um grito, um apelo;
Sorri de contente
Um quadro tão belo
Surgiu-me na frente
Corri confiante;
Quem sabe, algum dia
Regresse num instante
A paz e a harmonia
José Sepúlveda
Perdido
Perdido
Perdi-me no caminho. De repente,
Qual pária, triste e só, eu fiz-me à estrada
Sózinho, como vão delinquente,
Chorando, com minha alma amargurada.
Qual pária, triste e só, eu fiz-me à estrada
Sózinho, como vão delinquente,
Chorando, com minha alma amargurada.
Deixei meus sonhos. E eis que, indiferente,
Parti para uma longa caminhada...
Pra trás deixei amigos, muita gente
Que ao meu viver já nada acrescentava.
Parti para uma longa caminhada...
Pra trás deixei amigos, muita gente
Que ao meu viver já nada acrescentava.
E vagueei por vales e florestas,
Dormindo em matagais, entre as giestas,
Embebedado em noites de luar.
Dormindo em matagais, entre as giestas,
Embebedado em noites de luar.
E nessa solidão imensa e pura,
Bem longe dos caminhos da amargura,
No meu silêncio a paz fui encontrar!
Bem longe dos caminhos da amargura,
No meu silêncio a paz fui encontrar!
José Sepúlveda
Diana Bar
Diana Bar
Diana Bar, recanto de poetas
Que ali procuram paz p’ra se inspirar.
E vão por prateleiras e gavetas
Buscando textos para se inspirar.
E quando em horas mortas, mais discretas,
Nós vamos até ali p’ra ver o mar,
Alguns fazem erguer suas canetas
Como quem diz: - Estou a versejar!
Diana Bar. Há muito, no passado,
Eu via o Régio ali acompanhado,
A ver o mar, olhando, sem ter pressa.
E às vezes, ao passar, informalmente,
Paravamos ali à sua frente,
Trocávamos dois dedos de conversa.
José Sepúlveda
Diana Bar, recanto de poetas
Que ali procuram paz p’ra se inspirar.
E vão por prateleiras e gavetas
Buscando textos para se inspirar.
E quando em horas mortas, mais discretas,
Nós vamos até ali p’ra ver o mar,
Alguns fazem erguer suas canetas
Como quem diz: - Estou a versejar!
Diana Bar. Há muito, no passado,
Eu via o Régio ali acompanhado,
A ver o mar, olhando, sem ter pressa.
E às vezes, ao passar, informalmente,
Paravamos ali à sua frente,
Trocávamos dois dedos de conversa.
José Sepúlveda
A voz do amor
A voz do amor
Se ouvires a voz do pássaro cantar
Quando nascer o sol, de manhãzinha,
Sou eu a soletrar o verbo amar
Que vive no meu peito, queridinha.
Quando nascer o sol, de manhãzinha,
Sou eu a soletrar o verbo amar
Que vive no meu peito, queridinha.
Se ouvires a voz do vento que ao soprar
Leva em suspiros uma voz tão pura
Aceita esse meu sopro que beijar
Te quer o peito cheio de candura
Leva em suspiros uma voz tão pura
Aceita esse meu sopro que beijar
Te quer o peito cheio de candura
Se ouvires a voz do mar no seu lamento
Levando para ti o sentimento
Dessa saudade imensa que aqui vivo
Levando para ti o sentimento
Dessa saudade imensa que aqui vivo
Transforma-te num pássaro de lira
Voando para mim e em mim respira
E não esperes mais, fica comigo!
Voando para mim e em mim respira
E não esperes mais, fica comigo!
José Sepúlveda
Meu querubim
Meu querubim
Voavas com teu véu de seda pura
Naquela linda noite de luar
E para enaltecer tua candura
Os anjos deleitavam-se a cantar.
Naquela linda noite de luar
E para enaltecer tua candura
Os anjos deleitavam-se a cantar.
E o teu corpo, esbelta criatura,
Desnudo ao vento, solto e a voar,
Sorria e me trazia essa ternura
Às ondas mais serenas do meu mar.
Desnudo ao vento, solto e a voar,
Sorria e me trazia essa ternura
Às ondas mais serenas do meu mar.
E enquanto o corpo teu transparecia
No céu de anil, tão cheio de harmonia,
Meu coração te canta e te sorri
.
E com imenso amor te transmitia
O seu fulgor, o amor que recebia
Do querubim amado que há em ti.
No céu de anil, tão cheio de harmonia,
Meu coração te canta e te sorri
.
E com imenso amor te transmitia
O seu fulgor, o amor que recebia
Do querubim amado que há em ti.
José Sepúlveda
Rosa
Quantas pétalas formosas
Caindo sobre o teu ser
Espinhos? Vê bem que as rosas
São perfume em teu viver!
Caindo sobre o teu ser
Espinhos? Vê bem que as rosas
São perfume em teu viver!
José Sepulveda
Querubim
Querubim
Se um dia despertar e não te vir,
Nao te encontrar feliz na minha frente,
Se não te vir sonhar, te vir sorrir,
Então, amor, morri, parti pra sempre!
Nao te encontrar feliz na minha frente,
Se não te vir sonhar, te vir sorrir,
Então, amor, morri, parti pra sempre!
Tu és o meu farol, a minha vida,
O coração que bate sem parar,
Sem ti não sei viver, minha querida
Não tenho inspiração pra versejar.
O coração que bate sem parar,
Sem ti não sei viver, minha querida
Não tenho inspiração pra versejar.
Fica comigo, amor, fica comigo,
Viver sem ti não faz qualquer sentido,
Dá-me teu peito aberto em frenesim.
Viver sem ti não faz qualquer sentido,
Dá-me teu peito aberto em frenesim.
E quando tu me deres o teu abraço
Viajarei sem tempo e sem cansaço
No teu abraço imenso, querubim!
Viajarei sem tempo e sem cansaço
No teu abraço imenso, querubim!
José Sepúlveda
Alvura
Quão alvo e puro é teu peito,
Deleite de minha mão...
Afago-o com respeito
Ao ouvir teu Coração
Deleite de minha mão...
Afago-o com respeito
Ao ouvir teu Coração
Seu tom suave, pureza
Que brilha no Meu olhar
Encerra rara beleza
Nessa alvura de encantar
Que brilha no Meu olhar
Encerra rara beleza
Nessa alvura de encantar
Deixa- me beija-lo, amada,
Com amor e frenesim
E nem preciso mais nada
Pra te sentir junto a mim
Com amor e frenesim
E nem preciso mais nada
Pra te sentir junto a mim
Meu rio lindo
Meu Rio Lindo
Nao é desse meu rio que vos falo...
O cheiro a alfazema e a perfume
Partiu há muito tempo e eu não calo
A minha dor à qual nao sou imune.
O cheiro a alfazema e a perfume
Partiu há muito tempo e eu não calo
A minha dor à qual nao sou imune.
Não vi a boga, o barbo e o escalo
Correr desenfreados em cardume...
Apenas vi um charco imundo e ralo
Fedendo a peixe morto e a estrume!
Correr desenfreados em cardume...
Apenas vi um charco imundo e ralo
Fedendo a peixe morto e a estrume!
O rio cristalino, fresco e puro
Desliza em turbilhão, lento inseguro
Para o seu mar ainda lá distante...
Desliza em turbilhão, lento inseguro
Para o seu mar ainda lá distante...
E em sua mancha espúria arrasta ainda
Um manto de verdura fresca e linda
Que o segue num cortejo agonizante!
Um manto de verdura fresca e linda
Que o segue num cortejo agonizante!
José Sepúlveda
O Jardim de Amy
O Jardim de Amy
Aquele pedacinho de roseira
Que com amor plantamos num vazinho,
Enfeita agora a nossa floreira
Em cima desse toalhão de linho
Que com amor plantamos num vazinho,
Enfeita agora a nossa floreira
Em cima desse toalhão de linho
Luis, Miguel e Pedro à dianteira,
Gerados com amor e com carinho...
E o pé de rosa encheu a casa inteira
Com rosas que perfumam o caminho
Gerados com amor e com carinho...
E o pé de rosa encheu a casa inteira
Com rosas que perfumam o caminho
O Hugo, a Joaninha e o Martim
Abigail e Marcos... um jardim
Que tem as flores mais lindas que já vi...
Abigail e Marcos... um jardim
Que tem as flores mais lindas que já vi...
Gerados com amor e com paixão,
Trouxeram muita paz, muita união,
Ao nosso lar de amor, graças a ti!
Trouxeram muita paz, muita união,
Ao nosso lar de amor, graças a ti!
José Sepúlveda
Vazio
Vazio
Este vazio intenso que me cerca
E faz de mim um corpo sem valor
Me está a conduzir a coisa incerta
Que nunca me trará qualquer favor
E faz de mim um corpo sem valor
Me está a conduzir a coisa incerta
Que nunca me trará qualquer favor
A falta de vontade é a porta aberta
Pra rumos sem ter rumo e esta dor
Traz sofrimento atroz e não desperta
Qualquer desejo seja p'ra que for
Pra rumos sem ter rumo e esta dor
Traz sofrimento atroz e não desperta
Qualquer desejo seja p'ra que for
Não sei o que fazer pois na verdade
Não vejo uma saida que a vontade
É coisa que morreu dentro de mim
Não vejo uma saida que a vontade
É coisa que morreu dentro de mim
E sinto que esta falta de sentido
Me faz peregrinar com o perigo
De descobrir que tudo tem seu fim
Me faz peregrinar com o perigo
De descobrir que tudo tem seu fim
José Sepúlveda
Mar revolto
Mar revolto
O grande Adamastor vagueia à solta
Durante as marés vivas lá do mar
E grita furioso e em revolta
Durante toda a noite sem parar
Durante as marés vivas lá do mar
E grita furioso e em revolta
Durante toda a noite sem parar
O povo assiste aflito e impotente
Temente do que vai acontecer
E junto às dunas chora - pobre gente ,
E solta os seus lamentos, seu sofrer
Temente do que vai acontecer
E junto às dunas chora - pobre gente ,
E solta os seus lamentos, seu sofrer
Ó mar revolto, pai do Adamastor,
Porque te esvais em ondas de terror
Perdido nesta luta nua e crua?
Porque te esvais em ondas de terror
Perdido nesta luta nua e crua?
Não vês que o povo sofre e num clamor
Está chorando com tristeza e dor
Vivendo essa revolta que é só tua?
Está chorando com tristeza e dor
Vivendo essa revolta que é só tua?
José Sepúlveda
Natura
Natura
Caminho na natureza
No meu lento caminhar
Descubro toda a beleza
Que a natura me quer dar
No meu lento caminhar
Descubro toda a beleza
Que a natura me quer dar
Maça de cuco, alecrim,
Erva azeda e açafrão,
Pêra de zimbro, azevim
E até dente de leão
Erva azeda e açafrão,
Pêra de zimbro, azevim
E até dente de leão
Urtiga brava e amora
Rosas de toucar além,
Girassol que segue a hora
Em que o seu sol vai e vem
Rosas de toucar além,
Girassol que segue a hora
Em que o seu sol vai e vem
Centeio, trigo, cevada,
Nabiça, couve galega,
Uva doce avermelhada
Que nos torna a mente cega
Nabiça, couve galega,
Uva doce avermelhada
Que nos torna a mente cega
Maça branca, vermelhinha,
Pera rocha, boa ameixa,
Diospiro, fruta fina,
Mas a gente não se queixa
Pera rocha, boa ameixa,
Diospiro, fruta fina,
Mas a gente não se queixa
Geribéria, cravo, rosa,
O malmequer espalhado
Lírio roxo e mariposa
Voando por todo o lado
O malmequer espalhado
Lírio roxo e mariposa
Voando por todo o lado
Num passeio campesinho
Cheio de cor e magia
Eu me sinto um peregrino
Cheio de paz e alegria
Cheio de cor e magia
Eu me sinto um peregrino
Cheio de paz e alegria
Persigo-te face a face
Quando caminho ao sol-por
E a vida nasce, renasce
Nos teus olhos, meu amor
Quando caminho ao sol-por
E a vida nasce, renasce
Nos teus olhos, meu amor
José Sepulveda
Sorri
Sorri
Sorri, amor, eu quero o teu sorriso,
Sorri quanto estiver no teu regaço
E nesse olhar sereno e tão preciso
Me perderei com teu imenso abraço
Sorri quanto estiver no teu regaço
E nesse olhar sereno e tão preciso
Me perderei com teu imenso abraço
Sorri, o teu sorriso brando, lindo,
Não deixa de me dar paz e alegria
O teu sorriso, amor, perene, infindo,
É meu deleite, gozo e harmonia
Não deixa de me dar paz e alegria
O teu sorriso, amor, perene, infindo,
É meu deleite, gozo e harmonia
Sorri para meus olhos e acredita
Que se este meu olhar te chama e grita
É por te ver sorrir com tal candor
Que se este meu olhar te chama e grita
É por te ver sorrir com tal candor
Por isso, minha amada, sorri sempre
E ter me as no teu olhar presente
Num longo e terno abraço, meu amor
E ter me as no teu olhar presente
Num longo e terno abraço, meu amor
José Sepulveda
Blonde
Blonde, a cantora,
(Imitando Camões in: Raquel a pastora)
(Imitando Camões in: Raquel a pastora)
Três anos a trovar Jofar seguia
O coração de Blonde, linda e bela
Não era o coração, seria a ela
Que o jovem trovador almejaria
O coração de Blonde, linda e bela
Não era o coração, seria a ela
Que o jovem trovador almejaria
É um dia na esperança de outro dia
Olhava-a, contentando-se com vê-la.
Porém, Avaro, usando de cautela
Com sua voz suave lhe fugia
Olhava-a, contentando-se com vê-la.
Porém, Avaro, usando de cautela
Com sua voz suave lhe fugia
E ao ver-se assim, frustrado por enganos,
E a sonhar com sua sedutora,
A tão formosa Blonde, sua querida,
E a sonhar com sua sedutora,
A tão formosa Blonde, sua querida,
Lá foi seguindo o sonho além dos anos
Dizendo: mais seguira se não fora
Tão célere, perene e curta a vida!
Dizendo: mais seguira se não fora
Tão célere, perene e curta a vida!
José Sepúlveda (decalcando Camões)
Vamos ver o mar
Vamos ver o mar
Ó! Vamos ver o mar, meu amorzinho?
Iremos de mãos dadas pela areia
A partilhar amor, muito carinho,
Deixar-nos enlevar na maré cheia
Iremos de mãos dadas pela areia
A partilhar amor, muito carinho,
Deixar-nos enlevar na maré cheia
Gravamos nossos passos no caminho
E ouvimos lá no mar a melopeia
Das ondas que sussurram bem baixinho
E deixam nossa alma cheia, cheia
E ouvimos lá no mar a melopeia
Das ondas que sussurram bem baixinho
E deixam nossa alma cheia, cheia
E quando uma gaivota esvoaçar
E no seu canto tão peculiar
Cantar a melodia do amor
E no seu canto tão peculiar
Cantar a melodia do amor
Eu hei-de sussurrar no teu ouvido
O grande amor aqui por nós sentido,
Vivido neste mar de tanta cor
O grande amor aqui por nós sentido,
Vivido neste mar de tanta cor
José Sepulveda
Não chores
Não chores
Não chores, meu amor, não vês que um dia
Nós vamos caminhar na eternidade
Por verdejantes prados e a alegria
Vai ser para nós feliz realidade?
Nós vamos caminhar na eternidade
Por verdejantes prados e a alegria
Vai ser para nós feliz realidade?
Não vês que o sol que brilha no horizonte
Nos vai iluminar e dar alento
E as águas vão jorrar em cada fonte
Tão frescas, cristalinas, todo o tempo?
Nos vai iluminar e dar alento
E as águas vão jorrar em cada fonte
Tão frescas, cristalinas, todo o tempo?
Não vês, amor, que as aves vão cantar
De manhãzinha, enquanto o sol brilhar,
Trinados mil tão cheios de beleza?
De manhãzinha, enquanto o sol brilhar,
Trinados mil tão cheios de beleza?
Não chores, meu amor, declina o sol,
Mas logo de manhã, ao arrebol,
O sol virá beijar-nos, com certeza!
Mas logo de manhã, ao arrebol,
O sol virá beijar-nos, com certeza!
José Sepúlveda
Papoula
Papoula
Fui-te encontrar tão pura, tão brilhante,
Esvoaçando ao sol, ao frio, ao vento,
Num prado avermelhado, verdejante,
Inspiração do nosso pensamento!
Esvoaçando ao sol, ao frio, ao vento,
Num prado avermelhado, verdejante,
Inspiração do nosso pensamento!
Papoula linda, és em cada instante
Fragilidade, cor e sentimento,
Caricia aveludada e elegante,
Em pétalas levada num momento
Fragilidade, cor e sentimento,
Caricia aveludada e elegante,
Em pétalas levada num momento
Delicadeza e luz, quanta beleza,
Na tua concepção! Tenho a certeza
Que quando já nas mãos do Criador
Na tua concepção! Tenho a certeza
Que quando já nas mãos do Criador
Ele te olhou com seu tão meigo olhar,
Beijou-te com amor e que ao soprar
Sorriu quando te viu voar no amor!
Beijou-te com amor e que ao soprar
Sorriu quando te viu voar no amor!
José Sepulveda
Momento
Momento
Encosta a tua face no meu ombro
E deixa que o silêncio, sem assombro,
Transmita o que ele tem pra nos dizer
E deixa que o silêncio, sem assombro,
Transmita o que ele tem pra nos dizer
Olhemos um pro outro apaixonados
Despidos de pudores, mergulhados
Em horas e minutos de prazer
Despidos de pudores, mergulhados
Em horas e minutos de prazer
E, quando despertarmos, nosso olhar
Possa gritar silente e se calhar
Cantar o que nos vai no coração
Possa gritar silente e se calhar
Cantar o que nos vai no coração
E envoltos nesse amor tão puro e doce
Amemo-nos assim como se fosse
Um cândido sentir desta paixão
Amemo-nos assim como se fosse
Um cândido sentir desta paixão
Jose Sepúlveda
A Gazelinha
A gazelinha
Havia uma gazela que vivia
E vagueava entre os pinheirais
E quando algum perigo pressentia
Corria e não se via nunca mais
E vagueava entre os pinheirais
E quando algum perigo pressentia
Corria e não se via nunca mais
Saltava e espreitava. E todo o dia
Andava espavorida entre animais
E era vê-la em louca correria
Brincando e saltitando entre os pardais
Andava espavorida entre animais
E era vê-la em louca correria
Brincando e saltitando entre os pardais
Mas numa tarde a pobre, de repente,
Ouviu ruídos e ao pressentir gente
A frágil gazelinha teme e chora
Ouviu ruídos e ao pressentir gente
A frágil gazelinha teme e chora
E numa moita densa, oculta, atenta,
Vigia o predador que em tenta, tenta
Segui-la . Depois, desiste e vai-se embora!
Vigia o predador que em tenta, tenta
Segui-la . Depois, desiste e vai-se embora!
Jose Sepúlveda
Poemas
Poemas
Poemas são nossas vidas
E a de muitos animals
Poemas são vendavais
E arvores ressequidas
E a de muitos animals
Poemas são vendavais
E arvores ressequidas
Sao flores transformadas
Em pétalas no jardim
Bem cheirosas , perfumadas,
Rosas, tulipas, jasmim
Em pétalas no jardim
Bem cheirosas , perfumadas,
Rosas, tulipas, jasmim
Poemas são mil carinhos,
Mil abraços, mil beijinhos
Cantados por leve pena
Mil abraços, mil beijinhos
Cantados por leve pena
Poemas são mil ternuras
Que me dão as mãos tão puras
Do meu mais lindo poema
Que me dão as mãos tão puras
Do meu mais lindo poema
José Sepúlveda
Chiiiiuuuuu
Chhhiiiuuuuuuu ( A língua )
A dita e a desdita estão presentes
Na forma de exprimir o que se pensa,
Transforma e manipula as nossas mentes
E grita e silencia a dor intensa.
Espada de dois gumes! Não intentes
Confrontos desiguais; estrada imensa
Com obstáculos mil, ranger de dentes,
E mágoas, quer se perca quer se vença.
Põe freio nas palavras, não te iludas:
Ás vezes soam falsas como Judas
E trazem até nós grande penar;
P'la boca morre o peixe, diz a gente!
Não queiras ser tragado, sê diferente
E marca essa diferença no falar
Beijinho-de-amor
Beijinho-de-amor
Caminho debruçado sobre a areia
Na esp'rança de encontrar beijos-de-amor
E vejo com surpresa a praia cheia
De conchas e conchinhas - quanta cor!
Na esp'rança de encontrar beijos-de-amor
E vejo com surpresa a praia cheia
De conchas e conchinhas - quanta cor!
Ao longe, a terna e doce melopeia
Do mar beijando a areia com dulçor
Ao som do suave canto de sereia
Quiça, no imenso mar, seja onde for.
Do mar beijando a areia com dulçor
Ao som do suave canto de sereia
Quiça, no imenso mar, seja onde for.
E a voz do vento sopra-me baixinho
Um grito de silêncio... E o teu carinho
Me segue nessa imensa caminhada.
Um grito de silêncio... E o teu carinho
Me segue nessa imensa caminhada.
E só então, amor, me apercebi
Dos lábios teus e deles recebi
O beijo que minha alma procurava!
Dos lábios teus e deles recebi
O beijo que minha alma procurava!
José Sepúlveda
Teia da vida
Preso na teia da vida
Sem guarida, sem sentido,
É na teia mal urdida
Que encontro um ponto de abrigo
Sem guarida, sem sentido,
É na teia mal urdida
Que encontro um ponto de abrigo
(Sep)
(Foto de Júlio Aires)
(Foto de Júlio Aires)
Loucura
Lavam-se as mágoas com tempo,
As tristezas com ternura
Mas nada lava o momento
Em que o tempo é de loucura
As tristezas com ternura
Mas nada lava o momento
Em que o tempo é de loucura
Louco sou quando é mais bela
A vida que em mim nasceu
Pois pinto minha aguarela
Nesse cantinho que é meu
A vida que em mim nasceu
Pois pinto minha aguarela
Nesse cantinho que é meu
José Sepúlveda
Tristeza
Tristeza
Meu Deus, porque verter gotas de sangue
Ao ver dilacerado o coração?
Porque fenece assim meu corpo exangue
Perdido no palácio da ilusao?
Ao ver dilacerado o coração?
Porque fenece assim meu corpo exangue
Perdido no palácio da ilusao?
Porque padecem corpo e mente em dor
Se nos caminhos tristes desta vida
Em qualquer parte e seja aonde for
Eu vivo uma esperança adormecida?
Se nos caminhos tristes desta vida
Em qualquer parte e seja aonde for
Eu vivo uma esperança adormecida?
Lava meu corpo, ó Deus, rasga os tecidos
Deste esqueleto imundo, o sofrimento
Dum mau viver-morrer que paira em mim
Deste esqueleto imundo, o sofrimento
Dum mau viver-morrer que paira em mim
E deixa me voltar aos tempos idos
E renovar em mim cada momento
E nunca, nunca mais sofrer assim!
E renovar em mim cada momento
E nunca, nunca mais sofrer assim!
José Sepulveda
Regresso de férias
Regresso de férias
Um calmo despertar neste domingo
Em que o Algarve deixo pra voltar
E neste meu regresso vou seguindo
Para o conforto doce do meu lar
Em que o Algarve deixo pra voltar
E neste meu regresso vou seguindo
Para o conforto doce do meu lar
O sol desponta... Pois que seja lindo
E possa em segurança viajar
Num caminhar seguro, longo infindo
E em nossa casa a paz reencontrar
E possa em segurança viajar
Num caminhar seguro, longo infindo
E em nossa casa a paz reencontrar
Ó, como é bom espairecer uns dias
E seja com precalços, alegrias,
Mudar um pouco o rumo desta vida
E seja com precalços, alegrias,
Mudar um pouco o rumo desta vida
E um lenitivo assim vou encontrando
Ao viajar em paz de quando em quando
Tornando a nossa vida mais florida
Ao viajar em paz de quando em quando
Tornando a nossa vida mais florida
Jose Sepúlveda
A Borboleta
A borboleta
No seu casulo escuro e tão fechado
A larvazita um dia apareceu
E foi permanecendo o tempo achado
Suficiente... E por ali cresceu.
A larvazita um dia apareceu
E foi permanecendo o tempo achado
Suficiente... E por ali cresceu.
E o tempo se passava e eis-senão-quando
No informe corpo algo aconteceu
E um par de asitas nasce com desmando
E a borboleta linda apareceu
No informe corpo algo aconteceu
E um par de asitas nasce com desmando
E a borboleta linda apareceu
E lentamente se desenvolvia
Num tempo sem ter tempo. Até que um dia
Do seu casulo escuro se fartou...
Num tempo sem ter tempo. Até que um dia
Do seu casulo escuro se fartou...
Deixou essa prisão e de repente
Abriu as suas asas e, imponente,
Lançou-se ao vento... e pelo céu voou !...
Abriu as suas asas e, imponente,
Lançou-se ao vento... e pelo céu voou !...
José Sepúlveda
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